Histórico

 

“Tudo começou em 1983. Eu tinha 20 anos e conheci um grupo pequeno de voluntários que desenvolvia um trabalho social com famílias das comunidades do Jaçanã, Zona Norte de São Paulo.

Como era uma área com a qual tinha afinidade e já com alguma experiência no setor, fui convidada para dirigir uma turma de jovens que se reunia semanalmente para compartilhar pontos de vista, vivências e também medos e incertezas.

Aceitei a proposta e nunca mais parei!

As reuniões eram realizadas aos sábados à tarde e o curso teve duração de 4 anos. O grupo tornou-se unido e realizamos muito juntos: ações em asilos e orfanatos, visitas a cinemas, zoológico, sítios, litoral e o Parque do Ibirapuera, encontros com jovens de outros projetos, além de toda a troca feita em nossas rodas de conversa.

Fui me envolvendo em outras atividades do grupo e, em 1987, participei da fundação da ONG Núcleo Assistencial Fraternidade, cuja missão é assistir a pessoa e a família em todos os aspectos, promovendo sua integração na sociedade por meio da conscientização de seus direitos e deveres e empregando todos os recursos disponíveis como auxílio para a obtenção da melhor qualidade de vida.

Em 2001, quando minha filha nasceu, me afastei da organização, onde era coordenadora do trabalho dominical, para me dedicar à maternidade. Retornei cinco anos depois e comigo trouxe uma companheira, incentivadora e ‘braço direito’, a Lara Franciulli.

Retomei a coordenação das atividades dominicais, onde hoje atendemos cerca de 100 crianças e jovens de 5 a 18 anos, com aulas sobre valores educacionais, comportamentais e morais, seguindo um programa elaborado anualmente. Após as atividades em sala, é servido um almoço: uma deliciosa macarronada com muito queijo parmesão, batatas gratinadas, frango e salada.

A Lara, no início, auxiliava nas salas distribuindo atividades, material, e incentivando a participação das crianças.

Mesmo pequena, as crianças a chamavam de ‘tia’ ou ‘prô’, o que a deixava espantada: ‘Mãe, o menino que é mais velho do que eu me chamou de tia!’ Ela começou a construir uma conexão com as crianças, que não só contribuiu para o crescimento do trabalho como também para sua formação pessoal.

Em 2013, a Lara, então com 12 anos, ficou responsável por uma turma de 20 crianças de 8 a 10 anos, transmitindo conhecimentos que ela recebia em casa e na escola, como respeito ao próximo, boas maneiras, higiene pessoal e cuidado com o meio ambiente.

Um dos elementos notáveis do nosso trabalho é a sua perpetuação pelas gerações: os alunos da Lara são filhos dos meus alunos. Isso mostra que o que fazemos é importante para essas famílias e que construímos algo muito especial.

Anualmente, procuramos realizar algum passeio com as crianças, como encerramento dos trabalhos dominicais, mas, como a ONG não dispõe de renda própria – dependendo exclusivamente de doações dos voluntários –, às vezes a questão financeira é um obstáculo.

Felizmente, em 2017, levamos 10 de nossas meninas a um evento da plataforma Força Meninas e o impacto foi muito grande! Nesse mesmo ano, também conseguimos que 80 crianças fossem ao cinema, um dia inesquecível para todos nós!

Percebemos, por meio desse evento e de nossa experiência com as crianças, como nossa missão de levar conhecimento e perspectiva a elas é importante e fundamental para que consigam se inserir adequadamente na sociedade.

Nós duas resolvemos fundar, então, o projeto Juntos Somos Um, em que conectamos crianças e jovens a pessoas inspiradoras para a construção de uma grande rede do bem.”

Ana Elisa Zanellato Franciulli – cofundadora do Juntos Somos Um.

 

Veja a seguir a música que inspirou o nome do projeto: